domingo, 25 de maio de 2008

Filosofia Antiga, o Mito.


O mito procura explicar os principais acontecimentos da vida, os fenômenos naturais, as origens do Mundo e do Homem por meio de deuses, semi-deuses e heróis (todas elas são criaturas sobrenaturais). Pode-se dizer que o mito é uma primeira tentativa de explicar a realidade, tendo como função a compreenção da realidade primordialmente, acomodar e tranquilizar o ser humano em um mundo assustador, uma preocupação de expor a degradação moral crescente da humanidade, em seguida fazer conhecer o destino para além da morte, das gerações sucessivas.
O mito estabeleceu uma distinção clara entre o mundo da natureza, o mundo humano, o mundo das forças sagradas, aproximadas pela imaginação mítica, que as vezes estabeleceu entre todos os setores do real um jogo de correspondências sistemáticas, o pensamento mítico é uma assimilaçâo implícita estabelecida entre fenômenos físicos e agentes divinos, o sobrenatural, ou seja, formas diversas, níveis múltiplas, modos de organização. Em segundo lugar o pensamento racional volta-se para suas origens, interroga o seu passado para se situar e compreender historicamente, tende a eliminar estações polares e ambivalentes que representam o mito um papel importante, utiliza associações por contrates, afasta o que procede de ambíguo ou do equívoco.
O pensamento filosófico é diferente do mito por resultar a ruptura quanto à atitude diante do saber recebido, mito é uma narrativa cujo conteúdo não se questiona, a filosofia problematiza, portanto, convida a discussão. No mito a inteligibilidade é dada, na filosofia ela é procurada. Podemos dizer que esta ruptura acontece quando são mencionados três conceitos de grande importância para o nascimento da filosofia:
Arkhé, o princípio absoluto de tudo o que existe, é o que vem e está antes de tudo, no começo e no fim, o fundamento perene e permanente.
Physis aborda a totalidade de tudo o que é, pode ser aprendida em tudo o que existe, e em tudo o que aparece e acontece, ou seja, a cosmologia.
Kínesis significa movimento, é todas as mudanças que um ser pode sofrer mudanças qualitativas e de lugar, e também nascer e perecer.
Segundo a crítica filosófica de Vernant, a tese do milagre grego, milagre justamente por ser algo repentino e pela originalidade, não podendo ser explicado pela relação de causa e efeito, mas sim resultado do gênio helênico. A teoria orientalista, entretanto, procura mostrar os empréstimos que o pensamento grego fez das culturas orientais. Para o orientalista, portanto, a Filosofia é uma mera continuação de um passado oriental. Enquanto para o ocidentalista, a Filosofia é uma invenção totalmente nova e própria do Ocidente.
Como surgimento da moeda, a invenção do calendário, o desenvolvimento de novas técnicas e com o aparecimento de uma rica classe de comerciantes que rivaliza e supera a antiga aristocracia agrária, a sociedade grega vai se tornando citadina ou urbana e a cultura vai se laicizando, as formulações míticas religiosas vão cedendo a passo a explicações racionais, cujo nome será, afinal, filosofia.
A importância da escrita partiu no desenvolvimento comercial das colônias gregas da Ásia menor, que tiveram, no entanto, um mesmo resultado, ou seja, estimular a filosofia. De um lado, a opulência e o poderio dos comerciantes, que levou ao aumento de seus próprios prestígios, patrocinando as artes, construindo bibliotecas e promovendo a vida intelectual.
Por tanto a moeda foi signo abstrato para a ação de troca e da escrita alfabética a transcrição abstrata da palavra e do pensamento que teria propiciado o desenvolvimento da capacidade de abstração dos gregos.
O período da Grécia arcaica, que se iniciou no século VIII a.C, era um período de profundas mudanças abrindo espaço à uma oligarquia urbana, onde economicamente predominam o artesanato e o comércio, apesar de não haver uma unidade monetária. Essa “independência”, falta de um poder centralizado, foi critério fundamental para o surgimento da polis.
A Filosofia é filha legítima da cidade-estado, da Polis, pois era o centro de cada um dos estados gregos, uma cidade rodeada de uma pequena comarca. Estados autônomos, o seu governo foi inicialmente monárquico, tendo passado depois para as mãos da aristocracia e, mais tarde, ocupado nalgumas cidades por tiranos apoiados pelo povo. Em suma, a cidade foi ponto de partida para toda a evolução do pensamento grego: a filosofia, o teatro, a política e etc.
A preocupação central dos filósofos pré-socráticos era saber a origem do mundo centralizando em apenas um foco, ou seja, de um único princípio se forma todas as coisas, sendo assim a preocupação era cosmológica. Tem como exemplo a filosofia de Tales de Mileto, pois para ele o princípio de tudo era água, assim ela está presente em tudo.

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